Tu que, como uma punhalada,
Em meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De demônios, ardente, ousaste,
De meu espírito humilhado,
Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atado
Como o galé ao seu grilhão,
Como ao baralho o jogador,
Como à carniça o parasita,
Como à garrafa o bebedor
- Maldita sejas tu, maldita!
Supliquei ao gládio veloz
Que a liberdade me alcançasse,
E ao veneno, pérfido algoz,
Que a covardia me amparasse.
Ai de mim! Com mofa e desdém,
Ambos me disseram então:
"Digno não és de que ninguém
Jamais te arranque a escravidão,
Imbecil! - se de teu retiro
Te libertássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!
Charles Baudelaire, O Vampiro.
“Cuidado/ Com o homem comum/ Com a mulher comum/ CUIDADO com o amor deles. Cuidado com aqueles que procuram constantes multidões/ Eles não são nada/ Sozinhos. Cuidado com aqueles que elogiam fácil/ Porque eles precisam de elogios de volta/ CUIDADO com aqueles que censuram fácil/ Eles tem medo daquilo que não conhecem. O amor deles é comum, procuram/ O comum/ Mas ha genialidade em seu/ Ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão/ Sem entender solidão/ Eles tentarão destruir/ Qualquer coisa/ Que seja diferente/ Deles mesmo.Incapazes/ de criar arte/ Eles irão/ matar a arte. Eles vão considerar sua falha/ Como criadores/ apenas uma folha/ Do mundo. Incapazes de amar completamente/ Eles vão ACREDITAR que seu amor é incompleto. E ELES VÃO ODIAR VOCE. E seu ódio será perfeito/ como um diamante brilhante/ Como uma faca/ Como uma montanha/ Como cicuta. Sua mais fina ARTE. (BAGHA)
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