No outro lado da cidade, em cima da ponte Rio Niterói, uma mulher de pouco mais de 30 anos se prepara para planar vôo sobre a Baia de Guanabara.
Na sua cabeça vem apenas singelas lembranças de um passado distante, que nem mesmo usando todas as suas forças, consegue lembrar com perfeição.
Segura nos braços uma caderno de capa dura que pensa ter achado na rua. Entretanto, não tem certeza.
Em cima das pontes, os carros estão abandonados e todos ocupantes dos veículos saem em busca de respostas sobre o que está acontecendo. Mas, o dia parece normal, com um lindo por do sol, temperatura amena e uma leve brisa que refresca os poros de quem sente calor.
- A senhora vai pular. – Pergunta um homem de terno e gravata que fica no seu lado.
- Acho que sim. Porém, Não sei por que vou fazer isso. – Responde a mulher segurando o caderno nos seus braços.
- Deve ser a vontade de buscar respostas, se sentir livre, correr atrás daquilo que esquecemos ou apenas antecipa uma vontade súbita de morreeeeeer..... – Disse o homem se atirando do alto da ponte sobre o olhar incrédulo da mulher.
Por segundos, foi dominada pelo súbito nervosismo que aderiu nas suas pernas deixando frouxas, fazendo com que ela sentasse no chão. Ao olhar para os lados observou outras pessoas no meio da ponte, fora de seus carros, tentando buscar respostas e outras tantas se atirando na imensidão do mar, tendo o Pão de Açúcar como última vista.
Desesperada, passa as mãos sobre a sua cabeça tentando pelo menos descobrir seu nome, de onde vinha ou onde pretendia chegar. Mas, dominada pelo vácuo de seus pensamentos. A vontade de pular se tornava irresilível, sem saber por que, correu para dentro de um dos carros abandonados, trancando as portas e se sentido segura por uma coisa que não fazia a mínima idéia do que se tratava.
Alceu Kunz.
4/02/2010
(Continua... Próxima quinta)
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