- O senhor quer preto ou com leite?
- Preto, por favor.
- Com açúcar ou adoçante?
- Sei lá. Mas trás o adoçante.
- Quer que eu esquente um pouco?
- Não. Está na temperatura que eu gosto.
- Tem certeza? - Perguntou a moça cerrando o cenho.
- Tenho certeza. - Respondeu o homem albino de bigodes escuros.
- Quer algum salgado? Pastel, coxinha ou um rizoles?
- Não. Só o café está ótimo.
- São cinco reais. – Falou a moça.
- Cinco reais por um cafezinho preto?
- Pense pelo lado positivo, com leite seriam seis e com açúcar sete reais. O senhor escolheu mais barato.
- Minha jovem. Em qualquer boteco do mundo um cafezinho custa menos de três reais.
- Eu sei senhor. Mas isso não é um boteco é uma... é uma...
O escritor pensou em duas hipóteses. Podia continuar a conversa com uma coisa séria discutindo a economia mundial ou fazer uma simples piada com a moça do café, falando que aquilo não era um boteco é sim uma... uma...
Sem inspiração o roteirista foi até a sacada e acendeu um cigarro pensando em seu dialogo. Puxou o celular e ligou para o diretor.
- O senhor prefere uma piada ou uma coisa mais séria?
- Do que você está falando? – Perguntou o diretor sem nada entender.
- Do roteiro que estou escrevendo pra você. Aquele do escritor com amnésia.
- Sei. O que você sugere?
- Eu liguei na esperança de você saber que tipo de filme gostaria de fazer. Preciso apenas de uma simples orientação.
- Sei. Quem sabe uma coisa mais séria.
- Acho que não vai ficar bom.
- Então, porque diabos você ligou querendo uma orientação? – Falou gritando o diretor desligando o telefonema na cara do roteirista.
(Continua dia 4/02/2010) ... Claro, se eu lembrar.
Alceu Kunz
Nenhum comentário:
Postar um comentário