quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pequenas estórias...


Ela voltou, me beijou, disse adeus, virou as costas e foi embora.

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Abriu a geladeira, fez seu sanduíche, voltou para cama, ligou a televisão e morreu engasgado.

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Cantou uma bela canção, entregou as flores para ela. Ela sorriu e teve dois filhos. Que anos depois lhe deram cinco netos que vieram da cidade grande para cuidar de seus avôs.

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Queria ser jogador de futebol, mas virou advogado. Queria casar com Maria, mas casou com Rosa. Queria um carro, mas só conseguiu comprar uma moto. Queria ter uma filha, entretanto, ganhou quadrigêmeos.

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O primeiro beijo na boca foi aos 13 anos, aos 15 preferias as escadas por medo de elevador, aos 21 aprendeu a andar de bicicleta caindo e por conseqüência perdeu a memória. Mas, teve a boa sensação de novamente dar o primeiro beijo na boca aos 22 anos.

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Sentia frio no verão e sonhava que existia uma árvore que dava chocoleite. Usava meias roxas mesmo que tendo de vestir uniforme branco. Virou dentista por pressão da família e poeta nas horas vagas. Viajava para a fazenda quando todos iam para a praia.

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Não sonhava por que achava que isso era coisa de desocupado. Virou um carteiro e ficou condenado tendo que entregar cartas de amor aos apaixonados.

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- Dois pasteis e um cafezinho com leite. – Era o pedido de todas as manhas do delegado da cidade ao chegar à lanchonete. Sem perder a postura deixava o distintivo à mostra para ninguém lhe faltar com respeito. Um dia, sua mulher fez um barraco por achar um fio de cabelo no seu paletó, desde então envergonhado o delegado só fazia o pedido por telefone.

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Vendia sapatos por uma questão de paixão. Sua vida não era nada sem sua loja. Era como se fosse tênis sem sola, sapato sem cadarço ou sandália sem enfeite.



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Alceu dispor...

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