segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um poema para Alice.

Outra vez, tombada pelo desespero e pela dor de não saber o que faria pela tarde, Alice corre em direção a sua casa pela antiga calçada sombreada pelas figueiras de cor marrom e de cheiro esquisito. Corria de pés descalços por que odiava colocar sandálias, tênis, sapatos ou qualquer outra coisa que fazia apertar os dedos do pé.

Ela correia não por vaidade, não pelo tempo que estava passando, mas sim, por aquela estranha vontade que do nada soltamos um grito, batemos na mesa, choramos de olhos fechados ou corremos fugindo do destino.

Uma vontade sem controle que quando somos pegos de surpresa não existe conservadorismo que resista.

Correria para ver se a dor inexplicável do vazio em seu peito passava.

Corria para ver se conseguisse chegar ao um lugar novo e distante, porém as sombras das figueiras pareciam engolir a moça dos pés descalços.

O desespero era a pior das condenações. Mas, ao mesmo tempo pensava por que o desespero? Alice morava com os pais que não lhe cobravam aluguel, tinha um emprego que permite pagar suas roupas e festas, tinha um namorado que lhe mandava flores nos seus aniversários, tinha amigas que faziam dar risadas. Tinha tudo, mas sentia que tinha nada.

Eis, o pior de todos os desesperos. O desespero da falta de identidade.

E conseguindo chegar até sua casa, foi ao banheiro e viu sua imagem refletida no espelho Era a doce Alice que todos desejavam. Olheiras fundas, porém elegantes, lábios finos, porém sedutores, cabelos negros, mas encantadores. E olhando as lagrimas correndo do espelho viu que nem todo tempo do mundo ela era capaz de fazer as lagrimas voltarem ao seu lugar.

10 comentários:

Anônimo disse...

sempre achei que os cabelos negros são bonitos.
Talvez "Alice", não gostava... Por que àquele dia no espelho muito se revelava, assim Alice chorava, talvez Alice nunca sentio fome, isso talvez fez que, com ela a vida não tinha sentido, qual identidade Alice procurava? e porque? para que uma identidade? Alice sempre teve tudo que precisava para dar sentido a sua vida. O que acontece é que Alice não queria uma identidade, ela mal sabia que poderia ter todas as identidades que pudesse pensar, a vida ao redor da Alice é exatamente tudo que ela pode chamar de identidade, e sem perceber, mesmo negando ela sim, tinha uma identidade. Esta como uma formam livre, procurando a procura. Nadando sempre em águas que nunca nadou, Alice perdeu a simplicidade.

Anônimo disse...

*forma livre.

Alceu disse...

Belo pensamento e boa criatividade, Anônimo...
Seja bem vindo ao BAR dos Boêmios e fique a vontade para se identificar quando quiser.

Renata Soul disse...

Alice as vezes se parece comigo, claro, tirando os cabelos negros, os labios finos e o namorado perfeito, as vezes mesmo tendo "tudo" de uma maneira subjetiva eu fico sem saber quem sou... minha vontade é quebrar o espelho...kkkk

Rodrigo disse...

O cara só escreve isso para pegar as menininhas..rsrsrs...

Anônimo disse...

Descobriu meu segredo Rodrigo..kkkkkkk...

Anônimo disse...

O seu, não o meu segredo ;].

Rodrigo disse...

De que segredos vocês estão falando?

Anônimo disse...

O segredo da receita do bolo de chocolate "secreto"..kkkkk..

Alceu disse...

O Rodrigo reclama do blog, mas só fala asneira...rsrs

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