quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Poema do homem do campo



HD, Wi-fi, Blu - ray entretenimento junto com cimento, na cidade não tem mais vento, nem o sono acalento; vivo no esquecimento dos alísios ventos!
Corriqueira passageira trágica vida urbana, nem mesmo na minha cama estou tranqüilo, me grilo noite adentro, entro na madrugada com olhos arregalados, tensão na atmosfera e buzinas nas ruas! A garota nua esquadra o quadro na parede escura! Uma Vênus sem ar, presa no meio de fungos a vagar nos ventos a passar pelas janelas abertas, onde entra o tormento das buzinas e dos ventos!

Tudo não passou de um comercial em alta definição que assisti na minha internet Wi-fi, agora passo para Blu – ray e vou na sala mostrar para meus pais.
jordane

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O otimista inventa o avião, e o pessimista, o para-quedas.



Feliz estava Joaquim pela manhã, que saiu de casa e nem imaginária que iria perder o emprego pela tarde.

Feliz mesmo estava Carla que depositou R$100,00 reais, mas o caixa digitou R$1000,00. - Quanta diferença faz um zero. - Pensou Carla quando refletiu em devolver o dinheiro.

Entretanto, Feliz mesmo estava Mario, o caixa daltônico e míope que depositou dinheiro a mais na conta de Carla. Nem mesmo ele imaginaria que pudesse ser promovido
à gerente pela vaga deixada por Joaquim.

Mas REALMENTE Feliz.
Feliz mesmo.
FELIZ de dar volta ao mundo com os cadarços amarados estava Joaquim.
Nem mesmo o mais otimista poderia imaginar que a perda de seu emprego poderia mudar o destino. Saindo da agência encontrou Carla refletindo se devolveria o dinheiro, sem saber, convidou a moça para tomar um sorvete de uva e passear pelo parque. Para descobrir sua cara metade, desvendou que os números de uma transação econômica não têm nenhum valor comparado ao sorriso de felicidade de Carla.

Alceu

domingo, 9 de janeiro de 2011

O futuro possui dois caminhos... ou mais...

- Quer casar comigo? – gritou Lindalva da varanda do segundo andar quando Pedro se aproximava de bicicleta.

- Mas, não seria eu quem deveria pedir? – Respondeu confuso, Pedro.

- Sim. Mas se você pedisse provavelmente minha resposta seria não. Eu alegaria que faz pouco tempo de namoro e precisaríamos conhecer melhor um ao outro.

- Não estou entendendo. – Disse Pedro coçando sua cabeça.

- Sem problemas é só você dizer sim. – rebateu Lindalva do alto da varanda.

- Mas eu não estava pensando em casar e muito menos te pedir em casamento.

- Não!?

- Não. Eu só ia te convidar para andar de bicicleta.

- Então quer dizer que a resposta é não.

- Não sei. Acho melhor eu subir ai para a gente conversar.

- Não precisa subir se a resposta for não.

- Mas vamos ficar discutindo assim. Você ai em cima e eu aqui em baixo?

- Tem outra idéia?

- Tenho. Você desce e vamos passear de bicicleta. Depois conversamos sobre esse assunto.

- Não estou mais afim?

- De andar de bicicleta ou casar?

- Dos dois.

- E agora?

- Agora está tudo acabado.

- Assim!? Do nada você vai acabar com dois anos de namoro?

- Não me interessa.

- Mas Lindalva. Eu ia pedir sua mão em casamento...

- Você ia me pedir em casamento?

- Sim. Desce daí ou me deixa subir para a gente conversar.

- Mas se você me pedir não sei se eu iria aceitar. Você deveria ter aceitado meu pedido, assim não daria chance para eu pensar em uma resposta negativa.

- Se a resposta sua for sim ou não, não tem problemas. Casando ou namorando eu só quero ficar com você por muitos anos.

- Serio?

- Serio.

- Sim. Se for assim eu aceito.

- Aceita casar ou andar de bicicleta?

- Aceito casar, andar de bicicleta ainda não sei.

- E ser uma esposa você já sabe?

- Pois é. Também não sei. – Disse Lindalva pensativa com os olhos negros de Jabuticaba.

Um silêncio domina os olhares controversos do jovem casal apaixonado e de uma maneira muito natural e bem propicia nessa fase da vida, Pedro sorri para Lindalva que retribui com um lindo sorriso resplandecente.

Aos poucos Pedro sobe na bicicleta e começa a pedalar sobre o olhar atendo de Lindalva.

- Então. Quer aprender a andar de bicicleta?

Alceu

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uma distração Por favor!



Uma distração Por favor!
Azeitona, cerveja e música,
Outra distração, por favor!
Mulheres dionisíacas!
A sai dera, mestre!
Uma rede debaixo do coqueiro em Salvador.

Agora volta para terra!
Sentiu?
Isso é viver, por mais monótono que pareça!

Fiz isso por 20 anos da minha vida, fiz o absurdo de conhecer todas as praias do Planeta, subi os melhores positivos e negativos do mundo,
Não existe um rally que já não fiz,
Existem casas noturnas que quando sabem que estou na cidade me oferecem seus espaços, caso queria fazer alguma festa particular.
Tenho apenas 40 anos, Não fumo, não como carne, bebo pouco, meus médicos falam que minha expectativa de vida já supera a casa dos 120 anos,
Sou a pessoa mais rica do mundo, e agora josé?

“Ontem” a tarde resolvi sair na rua como vocês classe B A A+, sei lá,
Encontrei uma garota, resolvi testar minhas habilidades sem estar vestido de “Joker/carta coringa/ o bom”, ela tinha feito coisas que nunca fiz, me deu vida, o que fiz por ela?
Arrumei emprego para sua família, e transei com ela por dois anos.

Era uma mulher que não se adequava aos padrões estéticos que minhas empresas vendiam aos vermes! Assim que chamo todos que não estão na minha lista de presentes.
O sonho dela? Ir a Salvador no Brasil dormir em uma rede e beber cerveja com azeitonas ao som de um Samba, a meu ver, já nem tão brasileiro...

Sentiu?
Isso é viver por mais monótono que pareça.

jordane

TEMPO....

_ Vamos dar um tempo.
_ O que quer dizer "dar um tempo"? Cada um vai a uma loja de tempo e compra um tempo? Depois o casal se encontra, trocam-se ou presenteiam-se os tempos e todos ficam empolgados com seus novos tempos? É assim que se resolvem os empecilhos das relações amorosas? E eu que não tenho dinheiro pra comprar tempo? Como é... que eu fico? Eu não tenho tempo.

- Livro: Búfalo - Autor: Botika Botkay

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Mono-helenos


As Moiras, com o fio da vida. Alegoria, por Strudwick (1885).

Não cabe mais a eu decidir se a humanidade irá amar novamente,
Uma serva de Dionísio me trouxe o recado,
Agora nem Hades será capaz de pensar o que farei para os humanos,
Deitarei-me todas as semanas com Afrodite,
Ares será meu amigo e Zeus que se cale!
Hera será minha mucama, e Baco ficara triste esta noite porque não haverá vinho nos sonhos do poeta heleno.
Nem deuses nem humanos serão perdoados,
Na festa que Apolo não foi convidado escravos e mentirosos serão homenageados,
Nem mesmo as Moiras vão conseguir mudar o destino,
E Prometeu descobrirá quem realmente o castigou.
Os trabalhos para Hercules serão revistos,
E por fim, Ésquilo ganhara um novo enredo.

Na loucura de deuses e Titãs novos seres surgiram,
São os monos-poeta, estes que não temem a dor.
Não oram e nem se apegam a símbolos,
Nem mesmo Hefesto os agradou.

Os monos-poeta dominam deuses e titãs, as irmãs que tecem o destino foram ao banheiro e, naquele instante, o fio se transformou em uma serpente, e os morcegos o levaram para terra. Onde nasce os monos-poeta, entre luzes da cidade e histórias helenas. Monos-vida, monos-história, o delírio é a solução para a humanidade, quem disse já venceu os deuses e se decepcionou com seus pares. O monos-poetas que lhe escreve não mais visita os Elíseos.

Jordane

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

História sem fim



Quase sem querer;
A menina com cisco;
Veio aparecer;
Uma história sem fim?
Bastian encontrou na livraria;
Uma história original, os olhos da menina não choram mais, o cisco se foi, a história também.
A livraria agora nada tem a dizer.
Bastian continua sua jornada no cachorro voador.

jordane

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Creio que não exista lugar mais apropriado para parabenizar o amigo e colaborador Jaime silva pelo prêmio de melhor monografia da Fundação Palmares. Ao amigo muita inspiração e sucesso.



Calma poeta, onde anda a vigência?
Celebridade dos sanitários, algoz do papel higiênico;
Rato chinês, madeira Yin, quadra de as, jogador nato;
Dados lançados, mesa cheia, judeu clandestino,
Come porco e visita o toalete,
Insalubre, insano, incompatível;
Incógnita aberração seus dias vão;
Desdobre o joker, as na manga rima protestante;
Há razão em viver, escreva, escreva e leia;
No banheiro, na mesa do bar ou acefalia prodigiosa?
Nenhum nem outro, é o meio que importa.
Entenda ou não!
Jordane.

sábado, 18 de dezembro de 2010

o eterno retorno

O que dizer do eterno retorno? O dia a dia porra! Semana pós semana, a vida deseja o tédio; Para quê? Estou sendo irônico. Enfim, terrível pensar assim. Mas o que fazer quando se pensa? Livros, Cinema, música, entretenimento. O retorno ao inútil. Descoberta a vida tediosa nada mais será como antes, “mágico”, sabe; sujeito compreendido, seu vizinho feliz. É, esse cara aí o cara do espetáculo. Como se sentir satisfeito? Quando esta na sua casa, sozinho, talvez bêbado, se vai perceber. Aquela coisa, ou o que você ouviu, ou o cachorro, ou o emprego, ou, ou, etc.





jordane

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Enquanto isso na maternidade

-Qual é o plano?

-Não tenho plano.

- Como assim? você acaba de nascer e não tem um plano.

- Não!

- Cuidado meu chapa. O mundo aqui fora é perigoso, vão engoli você em um instante.

- Engolir?

- É.... Quando você menos espera o sistema te pega e se você não tiver um plano...

- Sistema?
- Sim, o sistema. As prestações, a faculdade, o trabalho, o horário...

- E os sonhos?

- Sonhos?.. kkkkk.. Acho melhor você ter um plano ao invés de um sonho.

- E agora?

- Agora já é tarde. Nasceu vai ter que viver, nesse mundo podre, cheio de hipocrisias, guerras, corrupção..... Ei, aonde você vai?

- Vou volta de onde nunca devia ter saído.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PROIBIÇÃO X LEGALIZAÇÃO.

Proibir é reprimir ou então legalizar e investir em saúde publica?
Assista ao vídeo e de sua opinião.


domingo, 28 de novembro de 2010

Pôquer supera preconceito e se firma como esporte

Na última década, o pôquer passou de prática mal vista para esporte reconhecido mundialmente e televisionado para diversos países, mas ainda mantém para algumas pessoas a velha imagem de porões esfumaçados e ilegalidade.

De ilegal a disputa não tem nada, de acordo com o advogado Luiz Guilherme Moreira Porto, que representa a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold`em), entidade oficial do esporte no país. Para ele, não há dúvidas quanto à legalidade, e a área nebulosa vem do preconceito que a sociedade ainda tem. “Não existe disputa judicial, existiria se houvesse alguma discussão, mas não tem porque o pôquer já é reconhecido pela própria lei”, afirma Porto.

A Lei de Contravenções Penais descreve o jogo de azar como tendo ganhos e perdas dependentes exclusivamente ou principalmente da sorte. A tese de que o pôquer não se enquadra nessa definição é amplamente aceita no Brasil e no mundo e inibe ações repressivas da polícia. Entre os argumentos usados para legitimar a prática, está o fato de que conhecer as regras e ter a capacidade de contar as cartas na mesa, e portanto as probabilidades, é fundamental para ter sucesso após algumas rodadas, como assinala um laudo feito pelo escritório do ex-professor da Unicamp, Ricardo Molina.

O matemático também ressalta o aspecto psicológico do jogo, já que ler as intenções dos adversários e esconder as próprias é uma tática vital, segundo a maior pesquisa já feita sobre o assunto, pela empresa americana Cigital. Os estudiosos observaram 103 milhões de mãos (rodadas) e concluíram que 75,7% delas terminaram sem que cartas fossem mostradas e sim com um jogador fazendo com que os outros desistissem antes dessa fase. Das que foram até o fim, metade terminou premiando os participantes com os piores jogos, já que os detentores das melhores combinações não “pagaram para ver” e saíram antes. De acordo com o estudo, isso significa que a distribuição aleatória de cartas, onde o fator sorte está presente, representa muito pouco para o resultado do jogo.

A lei também considera jogo de azar as apostas sobre qualquer competição esportiva, com exceção de corrida de cavalos em hipódromos. Esse é o caso do pôquer, provavelmente o único esporte do mundo em que a aposta é o elemento principal da disputa. Para Porto, o que se quer evitar é outras pessoas apostem no resultado dos atletas. “Quando tem uma terceira pessoa apostando numa disputa entre duas pessoas, a chance de perda da ética é maior”, considera ele. “Mas quando é você que está apostando no próprio jogo, esse risco não existe. Você não tem como se vender para a própria aposta que fez.”

O pôquer tem diferentes tipos de disputa: jogos em que se aposta dinheiro vivo na mesa (cash games), torneios com inscrições pagas nos quais vence quem terminar com fichas, e até partidas valendo dinheiro pela internet. Em um parecer jurídico sobre o esporte, Miguel Reale Junior, ex-Ministro da Justiça e sócio de Luiz Guilherme Porto, afirma que não há diferença de análise, pois em todas o que prepondera é a habilidade. Isso explicaria a inexistência de campeões de dados, roleta ou bingo.

FONTE: www.eband.com.br

Roberto Saraiva
rsferreira@band.com.br

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Grosso Calibre

Em tempos confusos que vive a cidade do Rio de Janeiro, vale a pena pensar no que o curta Grosso Calibre tem a dizer. Através da música e das letras de MC Smith, este filme penetra numa realidade de vida das pessoas que residem no Complexo do Alemão/RJ, sobreviventes em meio aos grupos alimentados pelo tráfico de drogas e a violência policial.

Grosso Calibre (High Calibre) from ShootingPoverty on Vimeo.


Um curta de: Guilherme Arruda, 28; Ludmila Curi, 30; e Thiago Vieira, 31.

O jornalismo desonesto e o mito do “crime organizado”

*TEXTO GUSTAVO BARRETO

O “Jornal da Globo” fechou com chave de ouro o dia de uma emissora empenhada em assustar e desinformar o público, enquanto outras emissoras e rádios acompanharam a tática do pânico. A velha técnica do “Mantenham a calma” seguido de imagens impactantes da violência no Rio de Janeiro é a melhor forma, do ponto de vista da cultura do medo que tenta se impor, de pôr em ação esse objetivo. É como você dizer “Fique à vontade” quando recebe alguém pouco conhecido em sua casa, provocando o efeito contrário. Neste caso é bem pior: trata-se do imaginário social de um conjunto de milhões de brasileiros que está em jogo. E neste caso há consequências políticas.

Não há dúvidas de que (1) o índice de criminalidade no Rio é muito alto, inaceitável, e que (2) a lógica que rege o projeto da polícia comunitária, que esse governo chama da “UPP” e que outros governos já tentaram com outros nomes, é um bom caminho, desde que proponha de fato a participação da comunidade no processo decisório e que seja mais amplo. Atualmente é um conjunto de projetos-piloto.

No entanto, estratégias diversas estão em jogo. A saber:

A. O Governo do Estado, principalmente por meio do governador Sergio Cabral, tenta capitalizar a crise politicamente. Aparece como o “líder destemido” que as pessoas assustadas das classes A e B exigem nessa hora. Ao mesmo tempo, desvia a atenção da plena incompetência do governo nas áreas de educação e saúde – incluindo a recente busca e apreensão na casa de Cesar Romero, o ex-subsecretário-executivo de Saúde, primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes e braço direito dele na secretaria. A acusação: fraude em licitação ao contratar manutenção de ambulâncias superfaturada em mais de 1.000%;

Segue o artigo no link.

http://www.consciencia.net/o-jornalismo-desonesto-e-o-mito-do-crime-organizado/

FONTE:CONCIÊNCIA NET.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

As 10 estratégias de manipulação midiática.

por Noam Chomsky*
Tradução: Adital

O linguista Noam Chomsky elaborou a lista das “10 Estratégias de Manipulação”através da mídia.

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts

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